- Eu confesso: abandonei as minhas filhas!
- Sim, abandonei as duas, uma de 3 anos e a outra........ a outra......de só 1 aninho!!! (meu Deus, como eu pude?)
- Era uma tarde de inverno (sim, abandonei as duas no frio, estava quase geando na verdade) quando partimos eu e meu marido para o aeroporto internacional (sim, fui pra outro país largando minhas filhas completamente abandonadas).
Deixa eu me explicar, todo ser humano tem direito de defesa:
- Fazia tempo que eu queria fazer uma viagem "mais ousada", que me alimentasse a alma como nos velhos tempos (uia)...e, como teria esse final de semana prolongado (feriado de 9 de julho), pensei: "É agora!". Fiz diversas pesquisas para alguns lugares que eu tinha vontade de conhecer na América do Sul e que daria para fazer em 3 dias, fiz umas cotações, esperei o momento certo e "pumba", reservei 2 passagens para o Uruguai, Punta del Este. Sinceramente, pensamos muito em viajar com as meninas, mas o destino e a temperatura diziam que não seria nada bom para elas.
- Aí o dia da viagem foi chegando e meu coração foi se apertando. Ao mesmo tempo em que eu ficava animada para descansar um pouco (descansar muito isso sim !!!) e conhecer outro país (além de dar uma rápida passadinha no free shop), eu ficava mal só de pensar em deixar as meninas aqui e partir para tão longe...dia após dia eu fui me consumindo em uma mistura de saudades antecipada, preocupação e culpa !!!
Pausa na palavra "culpa"!
Ser mãe é cursar o mais árduo treinamento para o gerenciamento de culpa, não é? Alguma ex-barriguda aí discorda dessa afirmação ???
Eu sou "nova" na profissão, mas já entendi que ser mãe é casar "até que a morte nos separe" com a culpa! ... Deixemos as avaliações psicológicas desse fato para um outro momento, afinal, não vai adiantar nada. Se é mãe, sente culpa!
Então, concluindo (na mais pura linha "desse limão vamos fazer uma limonada"): Já que é pra viver com culpa, que seja por bons motivos, não ?!? Bora pra Punta !!!
(voltando aos dias antes da viagem)
- E como, nessas horas, tem sempre alguma coisa pra dar aquela potencializada no nosso desespero, um dia antes da viagem, o nariz da Lelê começou a escorrer!!!!!!!!!!!!
De novo, cena em câmera lenta (como no post "Já se virou nos 30 hoje?").
Eu me desfazia por dentro sabendo que eu estava prestes a deixar não só a Lelê como a Tata... "e se ela piorar?", "e se tiver que correr pro hospital?" (como tantas vezes)...
- Resultado: quase cancelei tudo, cheguei a pensar em perder todo o dinheiro que tínhamos pago pelo cancelamento na véspera, mas eu estava decidida a deixar essa ideia maluka de viajar para daqui uns 10 anos...
- Foi quando liguei para duas amigas minhas que "têm vários filhos como eu", para pedir conselho. Uma quase me matou quando eu contei que estava nessa angústia por uma viagem de 3 dias e me bombardeou com mensagens de autoajuda... a outra me contou as viagens que já tinha feito sem as crianças, inclusive quando uma delas estava doente. Pensei, pensei, pensei, eu sabia que as meninas estariam muito bem cuidadas por aqui, pedi uma "trégua" para a culpa e ... enfrentei !!! É claro que fechamos a porta de casa chorando quando partimos para o aeroporto, fomos as 2:30 de casa até o aeroporto só falando das meninas e nos embriagamos durante o vôo...
Beijokas.
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